quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O propósito


"Cumplicidade não é o mais brilhante, mas é o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. Não importa o tempo, a ausência, os adiantamentos, a distância ou as impossibilidades. Quando há cumplicidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto de onde foi interrompido. Cumplicidade é não haver tempo mediante a vida. É a vitória do adivinhado sobre o real, do subjetivo sobre o objetivo, do permanente sobre o passageiro, do básico sobre o superficial. Ter cumplicidade com alguém é muito raro, mas quando ela existe, não precisa de códigos verbais para se manifestar. Ela existia antes do conhecimento, erradia durante e permanece depois que as pessoas deixam de estar juntas. Cumplicidade é ficar longe, pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem e sensibilizam. Cumplicidade é receber o que vem de dentro com uma aceitação anterior ao entendimento. Cumplicidade é sentir com. Nem sentir contra, sem sentir para. Sentir com e não ter necessidade de explicação do que está a ser sentido. É olhar e perceber. Cumplicidade é um sentimento singular, discreto e independente. Pode existir a quilômetros de distância, mas é adivinhado na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar..."

(...)


Sempre me disseram que "propósito" era aquilo que dava sentido a alguma coisa. E eu sempre acreditei. Viver o nosso filme e a nossa vida é saber estar, é saber ser. E o propósito de viver baseia-se na busca pelo preenchimento da alma - seja lá com a pessoa X, ou com a faculdade Y, com a casa Z ou o carro W. Viva: aproveite. E como um amigo meu dizia, "Do what you can while you can".

O propósito desse blog é transbordar o que possa ser dito - palavras nunca vão ao vento. Elas ficam. Ah, se ficam! E nunca morrem. :)

xx

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